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Mad Old School Rock'n'roller

terça-feira, 26 de janeiro de 2010



Queridos amigos e amigas:
Tenho pensado muito num assunto em particular e gostaria que vocês refletissem sobre isso. Sou músico e produtor independente desde o início dos anos setenta. Todas as vezes que interagi ou tentei interagir, aqui no Brasil, com o show business oficial das majors, das multinacionais, da direita tradicional e conservadora em última análise, não deu certo. Tive alguma experiência internacional nos Estados Unidos e na Europa e percebi que lá as coisas são diferentes. As majors se nutrem da criatividade das indies, a ponto de, nos anos 80, o movimento independente ter praticamente salvo as grandes gravadoras da bancarrota. No fundo acho que o poder econômico tentou ou comprou o underground, mas os artistas ganharam com isso e o público também. Sempre tive esperança que isso acontecesse aqui no Brasil mas parece que a fronteira (tênue e quase impenetrável ao mesmo tempo) entre os indies e os majors continua impedindo a evolução da nossa cena musical. Vejam o caso dos meus queridos amigos Mutantes: assim que conseguiram o apoio essencial de uma ótima pessoa como o Aluizer Malab decolaram para Londres e para o mundo. Na volta já foram apropriados pela Globo, Sony, etc, com resultados muito bons para eles e para os seus milhares de fans. Agora, os Mutantes nunca foram independentes: desde o início mereceram e participaram dos grandes movimentos musicais (Festivais, Tropicália, etc) dos anos sessenta e com isso sempre desfrutaram do poder de penetração e influência da grande mídia devidamente censurado e "permitido" pela ditadura. Esse poder é tão forte que, aliado à incrível qualidade musical dos Mutantes, fez com que os filhos e até netos dos seus fans originais cantem junto com eles as letras de quase 40 anos atrás. É maravilhoso isso num país tão desmemoriado como o nosso. Ao mesmo tempo alguns de vocês podem ter ouvido falar do Rock Brasileiro dos anos setenta. Existiram conjuntos como o Terço, o Som Nosso de Cada Dia, o Terreno Baldio, a Barca do Sol, o Vimana, o Veludo, o Bicho da Seda, a Bolha , o Peso, o Burmah, o Sindicato, a Chave, o meu Apokalypsis, e muitos outros, gente independente e talentosa que fazia um som inesquecível e surpreendente. Ao contrário do que aconteceu na Inglaterra e Estados Unidos, vieram os anos 80 e o Movimento acabou, assim com acabaram todas essas bandas. Os músicos que conseguiram sobreviver se adaptaram ao modelito pop das grandes corporações e aquele som, mágico e incandescente, se perdeu no tempo. Quem teve oportunidade de ouvir nunca esqueceu o que seria a grande promessa de um Rock Brasileiro de qualidade universal. Enfim, este texto virou um desabafo e uma esperança. Sim, é uma esperança de ressurreicão, de reencarnação, de segunda chance para aquele sonho, para aqueles velhos rockeiros que estão aí até hoje, íntegros e musicalmente saudáveis.
Vamos nos unir: o sonho recomeçou, vamos trazer o Espírito dos 70 de Novo.
Paz, amor e rock'n'roll!
Zé BRasil.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

1974



RESENHA: CD "1974" do APOKALYPSIS - Trama Virtual -17/11/2009

Baixe já, antes que o mundo acabe
Primeiro escute essa parada aqui e sinta o drama, esta aliás (música Liberdade). Não é segredo pra ninguém, ou é?, que durante a década de 70 o Brasil foi um dos top 3 centros de criatividade musical no planeta, muito disso porque teve uma prolifera e inovadora avalanche de grandes bandas progressivas que mexeram com as bases, entre elas a mais brilhante a surgir nos trópicos (Som Imaginário) e também coadjuvantes de respeito. Bom, essa música que você escutou é do Apokalypsis, um desses secundários respeitáveis, que no caso era liderado pelo Zé BRasil, que fez algumas canções entre 74 e 75 com Arnaldo dos Mutantes inclusive, que na época enveredava pela mesma teia sonora de teclados e esgotamento das possibilidades rítmicas e melódicas no pop convencional. Depois disso, fazer música experimental ficou bem mais fácil (ou difícil, dependendo da leitura). Bom, o Apokalypsis está na TramaVirtual e eles acabaram de subir seu brilhante registro de 74, obrigatório.
TRAMA VIRTUAL

O APOKALYPSIS, grupo paulistano de rock brasileiro, é fundado por Zé BRasil. Prandini, Tuca e Edu Parada em 1974. Zé BRasil encontra Silvia Helena em 1975 e desde então cantam, tocam e gravam juntos no Brasil e no exterior. O APOKALYPSIS reaparece no século XXI e em dezembro de 2005 é lançado pelo selo independente Natural Records o CD 1975, com o show Rock da Garoa gravado ao vivo no Teatro Bandeirantes, São Paulo, em outubro de 1975. A partir de 2006 o APOKALYPSIS volta a se apresentar ao vivo, liderando o Movimento 70 de Novo, com novas formações e novo repertório que inclui o rock’n’roll Cabelos Dourados, composto em 2005 por Zé BRasil com letra de Arnaldo Baptista, fundador dos Mutantes, escrita em 1974. Em 2007 o APOKALYPSIS lança o CD 70 de Novo pela Natural Records, sua gravadora criada em Londres em 1980. O disco traz quatro músicas inéditas de Zé BRasil (70 de Novo, Arca de Noé Cósmica, Afrodite e In Neverland), com letras de Nico Queiroz interpretadas por Zé BRasil & Silvia Helena e participações especiais dos guitarristas Norba Zamboni e Roberto Gava e do baixista Osmar Murad. Atualmente o APOKALYPSIS está lançando o CD histórico 1974, também pela Natural Records, em comemoração aos 35 anos de fundação da banda. É um show gravado ao vivo por Pena Schmidt no Teatro Aquarius, São Paulo, Brasil, em 16 de dezembro de 1974, com os fundadores Zé BRasil (composição, solo vocal e bateria), Prandini (guitarra, flauta, sax-tenor e vocal), Tuca (piano e vocal) e Edu Parada (baixo). Fernando Tibiriçá, então proprietário da Trinka Produções Brasileiras e empresário do APOKALYPSIS, é o promotor do evento. A tela da capa é Love Supreme (1974) do pintor Antonio Peticov, as fotos do encarte são do fotógrafo Carlos Hyra (in memoriam), o projeto gráfico é de Rafael Cony, que também é o designer dos CDs 1975 e 70 de Novo, e a masterização do som analógico é do master engineer Renato Coppoli. Para adquirir o CD 1974 contate o APOKALYPSIS contato@apokalypsis.com.br ou a NATURAL RECORDS naturalrecords@linkbr.com.br. Despachamos para todo o Brasil em embalagem protetora registrada.

O APOKALYPSIS, de Zé BRasil & Silvia Helena, está com um show acústico de duas vozes e dois violões folk, como o duo costumava fazer em Londres, Paris e Barcelona. O repertório é formado por músicas originais setentistas do CD 1974 e canções de rock atuais com os parceiros Nico Queiroz e Arnaldo Baptista. Suas apresentações mais significativas em 2009 aconteceram na Celebração dos 40 Anos de Woodstock no Espaço Nectar do Rio de Janeiro e, em São Paulo, no programa Tah Ligado! do apresentador Paulo Ragassi da allTV, na FIBoPS no Centro de Convenções Frei Caneca e no Rock na Vitrine, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura com curadoria de Luiz Calanca (Baratos Afins), na Galeria Olido.