Gente, me desculpem, mas eu, um
underground assumido e quasi-vitalício, ando meio cansado dessa nossa desunião
e falta de companheirismo. São mais de 40 anos de tentar, batalhar pelo sucesso
da nossa turma. Uma das lições que aprendi com a gang do mainstream é que eles
se edificam, se elogiam, falam admiravelmente bem uns dos outros, escrevem,
citam, uns aos outros, até quem não precisa, porque? PORQUE TODO MUNDO PRECISA,
TODO MUNDO DEPENDE UM DO OUTRO, TODO MUNDO DEPENDE DO SUCESSO DO OUTRO.
Aprendam com os maiores superstars da Terra: os astros & estrelas de
Holywood! Reparem quanto e como se referem aos colegas! Estão representando?
Estão sendo sinceros? Isso importa? Talvez importe pessoalmente, ao nosso ego,
mas no geral, no social, a imagem e a mensagem é o que fica, é o que importa. E
que imagem e mensagem, nós os undergrounds, transmitimos? Façamos um exame de
consciência: quem hoje, ou ontem, ou há um tempo atrás citou, divulgou, falou
bem mesmo de um colega, de uma banda, de um trabalho independente de outra
pessoa? Todos nós estamos tão preocupados com nossa vida, nossa profissão,
nossa arte, nosso referencial estético, nosso visual, nossa idade, nossa vida
pessoal, nossa bemaldita carreira, que incorremos no erro, na ilusão de achar
que somos um, no máximo um grupo, uma família. Ora, ora, ora ... nós merecemos
essa obscuridade, esse desconhecimento, essa desconcertante falta de atenção. Começar pelo mais fácil, mais possível, que não custa nada, tipo
curtir, compartilhar e comentar no Facebook. A questão é que quanto menos se curte, quanto menos se gosta do que
os outros fazem, menos os outros vão gostar do que nós fazemos. Somos tão
rigorosos com os outros e tão complacentes conosco quando deveria ser o
contrário: cada vez mais exigentes conosco e cada vez mais procurando o lado
positivo, o potencial dos outros. No caso dos jovens, por exemplo, uma crítica
destrutiva ou negativa no início da carreira, poucos aguentam e muito menos
aproveitam. Vamos ser práticos, solidariamente objetivos. Puxar o tapete de
quem nem se levantou do chão ainda é totalmente contra producente. Tive e tenho
o maior cuidado ao emitir uma opinião, quando me solicitam, sobre qualquer
trabalho, de qualquer gênero ou nível. Aquilo que para mim pode não ter
importância, na maioria das vezes, é vital para quem me apresenta. É o
resultado de um esforço que, muitas vezes, não é proporcional ao talento de
quem produz esse esforço. Essa história de 10% de inspiração e 90% de
transpiração é uma faca de dois legumes ... hehehe. Conheço gente tão talentosa
que consegue quase tudo com um mínimo esforço, ao passo que já vi muita gente
se matando pra conseguir um resultado bem abaixo da mediocridade. Enfim, acho
que temos muito que contribuir uns com os outros mas temos que nos comunicar,
curtir, comentar e compartilhar, OK?
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