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sexta-feira, 20 de maio de 2011

UHF E O TECNOPOP CABOCLO





Fui parar em Rio Claro em 1987 por absoluta falta de opções e sem condição de continuar morando em São Paulo. Cheguei a achar que foi um enorme tempo (13 anos) da minha vida quase perdido. Daí percebi que para criar meus filhos foi maravilhoso e, a partir dessa descoberta, reavaliei toda a minha aventura na Cidade Azul, que é como os rio-clarenses carinhosamente tratam sua terra natal, uma cidade muito bonita e tranquila. Aprendi outra profissão, me dediquei a ela e obtive vitórias interessantes. Minha esposa e parceira artística Silvia Helena também aprendeu outras atividades e isso ajudou muito nossa vida enquanto morávamos lá. Percebi também que, apesar de me dedicar de corpo e alma à nossa produtora, nunca deixei de fazer música e tocar. O dinheiro vinha da empresa, a esperança e o sonho continuavam no som. Foi uma época muito fértil musicalmente e desenvolvi bastante composição, arranjo e produção com as novas tecnologias que foram surgindo. Trabalhava muito sozinho com teclado e sequenciador. Trabalhei com músicos muito bons, profissionais da cidade como Flavio Guilherme, Edú Hebling, Rogério Cerri, Aquiles Faneco, Beto Viana, Lupa Mabuze, Big Dário, que colaboravam comigo para concretizar os projetos. Continuei o trabalho musical que defini descompromissadamente como Tecnopop Caboclo e que iniciei em São Paulo em 1983, quando troquei nosso piano de armário por um Casiotone. Estou resgatando o resultado dessa fase, que chamei de UHF, e da interação que tive com os músicos da geração 80 paulistana como Edgard Scandurra, Skowa, Akira S, Marcos Delduque, Victor Leite, Kim Kehl, Tuco Marcondes, Hugo Hori, Carlos Strobing, Renato Nunes, Rodolfo Bra e os músicos de Rio Claro. O UHF foi uma banda que começou como power-trio na Fábrica do Som e no teatro Lira Paulistana, mudou para tecnopop a partir do Madame Satã e das danceterias como Radar Tan Tan e Latitude 3001, voltou a ser banda de rock com o Tuco, o Hugo e o Carlão, depois tornou-se power-trio novamente com o Rodolfo Braga, baixista fundador do Joelho de Porco, e o guitarrista Renato Nunes. Já em Rio Claro, experimentamos todas essas formações, inclusive unindo sequenciador e instrumentos. No final, em 89, quando gravamos um LP pela nossa gravadora Natural Records, era um power-trio com a Silvia Helena como lead singer. Essas gravações que eu redescobri são de 87 até 89. As músicas, a voz da Silvia Helena, até os arranjos,  e os timbres são um mix de gente tocando e cantando com as máquinas cibernéticas.

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